Por que Médio Amazonas?

O termo "Médio Amazonas" refere-se à região situada na porção intermediária do Rio Amazonas. Embora não seja um termo oficial amplamente utilizado, ele descreve a área correspondente à Região Geográfica Imediata de Itacoatiara, conforme a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta região abrange os municípios de Itacoatiara, Silves, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Urucará e Urucurituba.

Como a região amazônica é bastante extensa, ela é dividida em algumas regiões como Região do Rio Madeira, Rio Negro e Solimões, Baixo Amazonas e o Médio Amazonas (SES-AM, 2012). Levando em consideração que o projeto está sendo realizado na cidade de Itacoatiara, foi decidido que a pesquisa seria realizada com o objetivo de promover os povos indígenas que residem no contexto dos municípios que compõem o Médio Amazonas.

O termo Médio Amazonas é utilizado para descrever uma região localizada na porção intermediária do Rio Amazonas, abrangendo municípios que compartilham interações socioeconômicas significativas. Embora não seja uma denominação oficial amplamente reconhecida, o uso desse termo se justifica pela necessidade de definir uma área com características territoriais e econômicas específicas.

Embora a literatura acadêmica e documentos oficiais utilizem diferentes critérios para definir o espaço geográfico da região, neste trabalho, a denominação Médio Amazonas se baseia na segmentação territorial encontrada em fontes institucionais, como a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, que delimita a região com os mesmos municípios citados. Dessa forma, o termo é empregado como uma referência para facilitar a análise do contexto territorial, social e econômico dessa área específica da Amazônia brasileira.

Itacoatiara

Localização

Situada na Região Metropolitana de Manaus, é a segunda cidade mais populosa do estado do Amazonas, com uma população de 103.598 habitantes, segundo dados do censo de 2022 (IBGE).

História

O povoamento da região começou em 1655, com a fundação da Missão dos Aroaquis na Ilha de Aibi. Em 1683, jesuítas fundaram um núcleo urbano no Rio Madeira, transferido posteriormente para o Rio Amazonas. Em 1757, habitantes da Aldeia dos Abacaxis foram transferidos para o local atual de Itacoatiara. A vila de Serpa, fundada em 1759, foi uma das primeiras vilas do Amazonas. Em 1874, a vila foi elevada a cidade com o nome Itacoatiara, que significa "pedra esculpida" em tupi-guarani. Em 2007, Itacoatiara foi incluída na Região Metropolitana de Manaus.

Silves

Localização

Localizada na Região Metropolitana de Manaus, Silves possui uma população de 11.559 habitantes (IBGE, 2020).

História

A história de Silves está associada à de Itapiranga, tendo formado uma única unidade administrativa. O povoamento começou em 1660 com a fundação da Missão do Saracá. Em 1759, a aldeia de Saracá foi elevada à categoria de vila com o nome de Silves.

Itapiranga

Localização

Itapiranga está localizada na Região Metropolitana de Manaus, com uma população de 10.162 habitantes (IBGE, 2022).

História

A história de Itapiranga está ligada à de Silves. O povoamento começou em 1660 com a Missão do Saracá. Em 1922, a sede do município foi transferida para Itapiranga, que se tornou município autônomo em 1952. O nome Itapiranga significa "pedra vermelha" em tupi.

São Sebastião do Uatumã

Localização

Pertence à Região Geográfica Intermediária de Parintins e à Região Geográfica Imediata de Itacoatiara.

História

As origens do município remontam à fundação da povoação de Santana da Capela em 1814. Em 1981, São Sebastião do Uatumã foi desmembrado de Urucará.

Urucará

Localização

Localizada na Região Geográfica Intermediária de Parintins, Urucará possui uma população de 18.631 habitantes (IBGE, 2022).

História

A cidade originou-se da povoação de Santana da Capela, fundada em 1814. O nome Urucará vem dos vocábulos indígenas "uru" (cesto de palha) e "cará" (inhame).

Urucurituba

Localização

Urucurituba está localizada no interior do Amazonas, com uma população de 23.945 habitantes (IBGE, 2022).

História

Os índios Mundurucus e Maués foram os primeiros habitantes da região. O município foi desmembrado de Urucará e Silves. O nome Urucurituba vem da palmeira uricuri, abundante na região.

A Pesquisa Sobre os Povos do Médio Amazonas

A Busca por Informações

É notável a dificuldade em encontrar informações precisas sobre a localização dos povos indígenas na região do Médio Amazonas. Além disso, alguns municípios da região carecem de dados suficientes e atualizados sobre a presença indígena, o que dificulta a identificação e categorização dos grupos específicos que ali residem.
Nas pesquisas iniciais do projeto foram destacados 12 povos indígenas, no entanto, como o termo “Médio Amazonas” é quase desconhecido na internet, alguns dados acabaram sendo imprecisos. Aprofundando mais nas pesquisas, foram descobertos que desses 12 povos, apenas 6 estavam situados no contexto do Médio Amazonas. As pesquisas tiveram mais precisão quando foram pesquisados os povos indígenas por município do Médio Amazonas.
Durante pesquisas, Ribeiro e Ferreira (2022) destacaram que não foram encontrados dados referentes aos povos indígenas nos municípios de São Sebastião do Uatumã, que no caso é um dos municípios pertencentes ao médio Amazonas. Os autores ainda destacam que as únicas informações disponíveis estão no site do IBGE que diz que os municípios foram habitados pelos povos Burubus, Caboquenas e Guanavenas, entretanto, são as únicas informações sobre esses povos, o que leva a acreditar que suas línguas foram extintas.
Inicialmente, algumas fontes indicavam que não havia registros de povos indígenas nos municípios de São Sebastião do Uatumã e Urucará, o que levou a pesquisa a concluir que esses dois municípios não abrigavam populações indígenas. No entanto, novas investigações revelaram que o site Terras Indígenas no Brasil destaca a presença de povos indígenas nas proximidades ou dentro da região do Médio Amazonas. Dentre os dois municípios citados, apenas São Sebastião do Uatumã continua sem registros confirmados de povos indígenas.

Os Povos

Em relação a Urucará, o site identificou cerca de 11 povos indígenas nas proximidades, sendo quatro deles povos isolados. Surpreendentemente, apenas dois desses povos, os Waimiri Atroari e Waiwai, já estavam sendo investigados no projeto desde o início. Devido à limitação de tempo e à quantidade restrita de dados disponíveis, não foi possível incluir os demais povos recém-identificados no escopo do projeto. Essa descoberta inesperada ocorreu após várias fontes anteriores terem confirmado a inexistência de registros sobre outros povos indígenas na região, o que inicialmente reduziu a expectativa de encontrar mais informações.
Levando em consideração as afirmativas anteriores, a divisão dos povos indígenas encontrados em cada município situado no Médio Amazonas foi determinada da seguinte maneira:

  • Itacoatiara: Mura e Sateré-Mawé (Instituto Federal do Amazonas)
  • Silves: Mura, Sateré-Mawé, Baré e Munduruku (Conselho Indigenista Missionário)
  • Itapiranga: Mura, Sateré-Mawé, Baré e Munduruku (Conselho Indigenista Missionário)
  • São Sebastião do Uatumã: Sem registro.
  • Urucará: Waimiri Atroari e Waiwai (Terras indígenas no Brasil)
  • Urucurituba: Mura. (Terras Indígenas no Brasil) Sateré Mawé e Munduruku (https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/urucurituba/historico)

Para saber sobre os povos indígenas citados clique aqui

Mapa Interativo

Explore os municípios do Médio Amazonas no mapa abaixo: